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Responsabilidade Afetiva – Passe adiante

Lorena Cantanhede

Texto: Karen Marques


Muito se fala em responsabilidade afetiva, que é quando “o outro” tem a clareza do que quer em um relacionamento e consegue deixar isso explicito para a outra pessoa. Podemos dizer que é um dos pontos cruciais para as relações saudáveis. Comunicar ao outro o que queremos ou até que ponto estamos dispostos a ir em um relacionamento é responsabilidade afetiva. Respeitar os sentimentos do outro, com o cuidado de não machucar desnecessariamente, por falta de cuidado, é responsabilidade afetiva.

Mas, será que a responsabilidade afetiva não deveria ser uma via de mão dupla? Afinal, fala-se tanto nesse termo, e a responsabilidade emocional que eu preciso ter comigo não deve ser levada em consideração e ser tão importante quanto?

É aquela velha história, nem sempre é o que o outro faz comigo, mas sim, o que eu faço com aquilo que me fizeram.

Independente da responsabilidade ou não do outro, se eu sou a pessoas mais importante da minha vida (o que na prática deveria ser) eu também tenho que ter essa responsabilidade para comigo.

Poderia entrar em várias histórias em que a mesma pessoa que cobra a responsabilidade afetiva permite que o outro entre e saia da sua vida quando quer, aceita que o outro se envolva com outras pessoas ao mesmo tempo. Resumindo, permite que o outro faça o que quiser. Então, se eu aceito essas questões, a minha falta de amor próprio não pode resultar em uma cobrança de responsabilidade afetiva para com outro? Seria como dizer: Olha, eu não me amo. Eu permito você fazer o que quiser comigo, mas não me abandone e tenha responsabilidade afetiva para comigo! Sem nexo, sem convexo, sem noção.

Não estou dizendo ou isentando que as pessoas não devem ser honestas uma para com as outras. Não digo aqui que é importante deixarmos os sentimentos da outra pessoa de lado e acharmos que podemos bagunçar e que está tudo bem, que é só ir embora no dia seguinte que tudo se resolve. O que gostaria que entendêssemos e que seria um grande facilitador é que se tivermos responsabilidade emocional sobre a nossa vida, saberemos o que de fato merecemos. Se o outro não me fizer bem, terei o discernimento para sair de cena e não tentar ser psicóloga a fim de mudar o comportamento de quem eu me relaciono.

Costumo dizer: Não te demores aonde não te cabes. Não te demores aonde não se é feliz.

Não terceirize a responsabilidade para o outro, seja responsável com você e com os seus sentimentos.

Seja leal a seus valores e ideais e forte o suficiente para saber o que você merece, assim o problema não será o outro. Você já deve ter ouvido dizer que se quisermos ser respeitados, precisamos primeiro nos respeitarmos e isso podemos estender para várias situações. Porque, antes de eu querer cobrar algo do outro, preciso me perguntar se estou me oferecendo aquilo que eu cobro. Caso contrário, não faz sentido.

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