Texto: Kah Marques
O ano era de 2017. Eu estava no banco de trás do carro da minha mãe, pensando em todo o caos em que eu estava vivendo naquele momento, e em todas as perguntas que insistiam em
bombardear o meu cérebro e para a qual eu não tinha as respostas (e isso estava me levando a ter um colapso em meio ao trânsito).
Sentia -me como um deserto: seca, sedenta e inabitável.
Com o decorrer do tempo comecei a prestar atenção na estrada e a ver uma flor aqui, outra acolá. Daqui a pouco, mais outra e mais outra. As imagens despertaram a minha atenção e me fez perceber que quanto mais eu olhava, mais flores apareciam. Naquele instante, como se fosse uma voz no meu ouvido, no meu coração ou na minha mente – ainda não sei aonde era (hoje, eu digo que era Deus, mas você pode colocar o nome que fizer mais sentido para você) e ela dizia: - “Sempre haverá flores pelo caminho”.
Fiquei uns dez minutos em choque. Refletindo sobre o que acabara de ouvir. E através daquele insight, conselho, voz, enfim, cheguei à conclusão de que no deserto também há flores. E está tudo bem nos sentirmos como uma terra seca por um período. Está tudo bem não termos as respostas no momento exato em que precisamos.
A questão, é o que fazeremos para saciar a nossa sede? O quê precisamos fazer para voltarmos a florescer?
A sede que eu estava sentindo era de mim mesmo. E descobrir, que sempre haverá flores no
caminho, foi ter a certeza de que eu voltaria a florescer quando a minha sede fosse saciada. E, embora em muitos momentos não termos a clareza ou as respostas para as perguntas que
indagam a nossa mente, acredite: Elas estão dentro de nós. Não há pergunta para a qual não
exista uma resposta e não há deserto que não possa florescer.
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