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RJ não irá impactar no atendimento aos clientes e nem nas vendas da Casa Goianita

Lorena Cantanhede

Advogada Andrea Rodrigues Rossi informa que em abril será apresentado o plano de recuperação judicial constando uma proposta de pagamento aos credores

As empresas que integram o Grupo Alvarenga, responsável pela operação da Casa Goianita, protocolaram no mês de fevereiro um pedido de Recuperação Judicial (RJ), que foi deferido, visando a reestruturação do passivo e liquidez à capacidade de pagamento do Grupo. O passivo será objeto do Plano de Recuperação Judicial, que será apresentado respeitando os prazos da Lei de Recuperação e contemplará uma proposta de pagamento aos credores. O escritório Rossi, Vicentin e Melo Advogados Associados – que propôs a RJ constando toda a relação de credores – informa que a decisão que deferiu o processamento da RJ suspendeu pelo prazo de 180 dias todas as ações ou execuções contra as empresas. Será apresentado pelas empresas que compõem a RJ, no início de abril de 2023, o plano de recuperação judicial, constando uma proposta de pagamento dos credores, sendo submetido por meio de assembleia para a aprovação dos mesmos. Segundo os advogados Andrea Rodrigues Rossi, Eduardo Vicentin de Macedo e Júlio Sérgio de Melo Júnior, sócios do escritório Rossi, Vicentin e Melo Advogados Associados, responsáveis pela condução técnica do processo na parte jurídica, a empresa sempre empenhou todos os esforços para manter e expandir os negócios. “Ao longo dos 71 anos, o Grupo Alvarenga enfrentou mudanças de planos econômicos, hiperinflação, recessão na economia, acontecimentos que conduziram para o atual momento de crise e necessidade de ingressar com o pedido de Recuperação Judicial”, afirma. A advogada destaca que o protocolo da RJ não irá impactar no atendimento aos clientes e nem nas vendas de seu mix de produtos e que as unidades da Casa Goianita estão funcionando normalmente e prontas para atender aos clientes com a mesma credibilidade conquistada ao longo dos 71 anos. Ela pontua que “é preciso ressaltar que a empresa não tem reclamações junto ao Procon e sempre honrou e continuará honrando todos os seus compromissos com seus clientes, prezando pelo mesmo padrão de atendimento”. Os advogados Eduardo Vicentin de Macedo e Júlio Sérgio de Melo Júnior informam ainda que o Grupo está rigorosamente em dia com todas as obrigações perante seus colaboradores, todos os postos de trabalho foram mantidos e não houve o fechamento de nenhuma unidade antes ou por força da recuperação judicial. O advogado acrescenta que o Grupo Alvarenga passa por um processo de reestruturação consultiva, administrativa e financeira, através do instituto da recuperação judicial. Fatores que levaram ao pedido de RJ

A crise e o passivo não iniciaram na época da pandemia, mas houve um agravamento, de acordo com o escritório Rossi, Vicentin e Melo Advogados Associados. Recordam ainda que ao longo dos 71 anos, o Grupo Alvarenga enfrentou mudanças de planos econômicos, hiperinflação e recessão na economia. “A empresa sempre envidou todos os esforços para manter e expandir os negócios. Alguns acontecimentos conduziram para o atual momento de crise e necessidade de ingressar com o pedido de Recuperação Judicial”, explica. Entre os fatores apontados pelo advogado está a concorrência com outras varejistas, o que levou a empresa a diversificar os tipos de produtos que vendia, para atender seus clientes. Além disso, o mercado já dispunha de vários concorrentes que também atuavam no segmento. O Grupo também enfrentou grave crise e problemas econômico-financeiros, em razão da grande crise financeira mundial no final de 2008, e a drástica queda da demanda de produtos e serviços no Brasil nos anos seguintes. Outro fator foi a abertura de novas unidades. O Grupo Alvarenga expandiu suas unidades passando a ter lojas em diversos bairros em Goiânia – Setor Sul, Jardim Goiás, Setor Bueno, Setor Marista, Parque Amazônia e Campinas. A cada nova loja aberta gerava-se nova demanda de recursos para reforma do local e capital de giro para suportar os custos fixos e variáveis do ciclo econômico e financeiro do negócio. “Estas demandas de capital forçaram o grupo econômico a se alavancar cada vez mais, tomando empréstimos junto às instituições financeiras e aumentando o endividamento”, esclarece a advogada. A pandemia da Covid 19 também agravou a situação financeira. “A pandemia forçou o mundo, pela primeira vez em mais de 100 anos, a paralisar completamente as atividades produtivas não essenciais, incluindo lojas de presentes e utilidades domésticas. As medidas sanitárias de restrição e circulação, geraram a paralisação do Grupo por meses, o que gerou enorme redução de receita, explica Andrea Rodrigues Rossi. Além das vendas no varejo, a pandemia da Covid 19 também impactou nas vendas para dois principais públicos que também foram diretamente impactados pela pandemia: casamentos e o segmento de bares, restaurantes, hotelaria; além do varejo. Outra consequência provocada pela pandemia da Covid 19, que provocou mudanças na forma de consumo e uma migração para compras on-line. “A empresa que vendia principalmente de forma física teve que investir no e-commerce. Mas a venda no on-line é predatória pelas varejistas nacionais e mundiais”. O Grupo que já possuía contratos e empréstimos bancários vigentes ficou descapitalizado para pagar os juros mensalmente, principalmente em virtude do prazo médio para amortização das dívidas. Grande parte das vendas são feitas em cartão de crédito que possuem travas. “O Grupo já estava muito alavancado em operações bancárias quando do início da crise advinda da pandemia do Covid 19 e posteriormente da guerra na Ucrânia”, esclarece a advogada. “Diante desse cenário, o Grupo, para honrar seus compromissos pontualmente com seus colaboradores e fornecedores, como sempre fez ao longo desses 71 anos, acabou aumentado o seu endividamento. E como o aumento da inflação, consequentemente a Taxa Selic também subiu, o que impactou diretamente o crédito bancário utilizado para manter a operação do Grupo. Assim o custo do serviço da dívida, ou seja, o montante pago de juros mensalmente subiu vertiginosamente”, conclui a advogada.

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