Desde que inauguraram um lounge aqui, na esquina, venho acompanhando seu frenético movimento. Antes, um restaurante requintado, tradicional na história da cidade (como eu amava aquele piano de cauda no subsolo); hoje, pessoas aglomeradas na porta para aproveitarem os aromas e sabores (há sabor?) da bola da vez - os Narguiles. Claro que me aventurei em conhecer o espaço, muito bem decorado e com a atmosfera bem jovem. Como não seria de me admirar, vários rostos conhecidos seja da noite, seja do dia. Todos com o mesmo proposito: fazer parte da galera dos atualizados, mostrar que estão por dentro da novidade e, se não gostar desse tal de Narguile, vai assim mesmo. Muitas vezes, pergunto-me quanto vale querer ser o quê não se é. Será que encontramos DE VERDADE a felicidade dentro de uma academia? Será que nos redescobrimos no meio de uma palestra motivacional que custou o rim e mais um olho? Será que somos antenados apenas por frequentármos os novos lugares? Será que somos de verdade pelo simples fato de queremos esfregar na cara do outro as nossas ações mentirosas? Apenas uma resposta vem a minha mente - preciso admirar mais o céu visto do meu quarto. Este sim é real.
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