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Conheça Fredrik Tjaerandsen, o estilista que inovou a passarela com balões

O curso de moda da Central Saint Martin não é nenhum estranho a talentos revolucionários, com alunos como Molly Goddard, Grace Wales Bonner e Richard Quinn entre seus recentes formandos. Em 2019, um novo nome desponta: o estilista norueguês Fredrik Tjærandsen, a mente criadora por trás dos performáticos vestidos balão que viralizavam no Instagram.


Foto: Google. Se você é o autor dessa foto, envie-nos um email e colocaremos os créditos devidos.
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Vindo de Bodø, uma pequena cidade ao norte da Noruega, Tjærandsen chegou em Londres após se formar no ensino médio. A ideia para as "bolhas" (seu apelido para os vestidos) veio para ele logo no começo de seus estudos na Central Saint Martin.

"Fui inspirado pelas lembranças de minha própria infância. Queria recriar a embacidão e a névoa destas memórias", ele conta à Vogue. "As bolhas infladas são sobre ser capaz de vestir uma memória que não é clara. Quando a bolha entra na passarela, ela é o sonho. Quando ela esvazia, ela simboliza o momento em que entendemos que temos uma consciência."

Da noite para o dia o estilista ganhou mais de 25 mil seguidores no Instagram, depois que vídeos dos vestidos esvaziando (ao som da trilha-sonora de Under the Skin, de Mica Levi) foram compartilhados por artistas, editores e celebridades no mundo inteiro. "É realmente surreal. Tive que dar um print num comentário da Lindsay Lohan em um dos vídeos para mandar para meus amigos na minha cidade."

O processo de criar estes vestidos foi um de auto-experimentação: "Testei todos os balões em mim por questão de saúde e segurança", ele conta. "Houve 3 ocasiões em que estava dentro de uma delas e uma bolha estourou, o que é como um enorme balão estourando." Com direito a "um barulho muito alto."

Cada bolha é feita de borracha natural, com cerca de 5 metros de borracha necessários para criar cada vestido. "A companhia com a qual trabalho tem um fornecedor no Sri Lanka, que trabalha com produtores de borracha locais, e as peças são feitas com plantas o máximo possível", diz Tjærandsen. "Foi uma habilidade que tive que ensinar a mim mesmo. Eu realmente tentei desafiar os limites do material em termos de dobras e elasticidade."

Crucialmente, os vestidos podem ser usados mais de uma vez. Uma vez que os balões são esvaziados pelo lado de dentro (Tjærandsen desenhou um sistema de trinco que permite à modelo ativar o processo), o vestido pode ser re-inflado e reutilizado tanto como bolha como quanto vestido.

Para o desfile de formatura da Central Saint Martin, Tjærandsen fez o máximo para recrutar modelos e artistas que não sofressem de claustrofobia. E sim, há abastecimento de ar suficiente dentro de cada bolha. "Ela é cheia de oxigênio, então há cerca de 3 mil litros de oxigênio ali dentro. Um ser humano respira cerca de 480 litros de oxigênio por hora, então você tem 3 horas, mais ou menos, dentro do vestido", revelou o estilista.

"Comecei a inflá-los depois que o desfile começou, para que as modelos não ficassem dentro da bolha por mais de 30 minutos."

Em meio à essa sensação na internet, Tjærandsen toma o cuidado de não revelar demais: "Gostaria de mantê-los bem ambíguos", ele diz. "Talvez o momento em que as bolhas esvaziam pode ser interpretado como um momento de clareza."


Fonte: Site Vogue

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