Texto: Mariah Cidral
Fonte: Site FFW
Em busca de soluções para o mercado que sofre com o impacto dessa crise sanitária, designers e marcas das quatro grandes capitais da moda se esforçaram para apresentar suas propostas e ideias para o verão 21 entre desfiles físicos e formatos digitais variados durante os meses de setembro e outubro de 2020 em um momento tão adverso.
As conexões, aglomerações e frenesi das primeiras filas foram substituídos por tentativas e experimentações digitais, de marionetes desfilando no lugar de modelos a filmes que mais se aproximam de uma peça de arte e vídeo-desfiles sem público. Foi o momento de usar e abusar da criatividade e das ferramentas tecnológicas para se sobressair e tentar criar engajamento principalmente com os consumidores. Não à toa, vimos entre as coleções muitas propostas que atendem à necessidade do agora, onde o conforto dita as regras, ou mesmo uma vontade de brilhar quando esse tempo de isolamento e incertezas passar.
Listamos as principais tendências da estação que devem chegar às lojas no segundo trimestre do próximo ano. Navegue nas fotos acima para descobrir os detalhes.
Loungewear
Desde o começo da quarentena muitos de nós passamos a nos relacionar de maneira diferente com o guarda-roupa, afinal ficar em casa o dia todo, longe dos julgamentos alheios nas ruas nos deixa livres para optar pelo conforto. Designers, refletindo esse novo comportamento e hábito, trouxeram opções de loungewear para incorporarmos no dia-a-dia de home office do sofá. Roupas que refletem o desejo de se envolver em uma peça confortável já que a situação lá fora é bem oposta.
Oversized
A tendência de silhueta mais impactante desta temporada, o oversized veio desta vez acompanhado de camadas e camadas de roupas, peças superdimensionadas e até uma pouco desleixadas. Claro que a tendência é reflexo de tudo o que temos passado durante esse ano, a busca pelo conforto depois de ficarmos meses em casa, exerce grande influência na hora da compra de uma nova peça de roupa. Até as calças jeans, que por um bom tempo tiveram a silhueta mais enxuta, agora estão mais largas, a fim de trazer mobilidade e conforto ao usuário.
O Brilho da Prata
Em meio a um ano de incertezas e tristezas, já estamos quase chegando na época das festas de fim de ano e ainda assim parece que não temos nada para celebrar. Porém, designers como Tom Ford trouxeram em suas coleções peças para “fazer as pessoas se sentirem “bem” novamente e ter a “esperança de um tempo mais feliz”. O objetivo foi de criar algo para fazer todos sorrirem um pouco. Nada melhor do que muito brilho para alegrar os olhos e nos alimentar de uma esperança de um futuro breve onde as festas possam retornar ao nosso dia dia.
Caos de Estampas
Os desfiles foram palco para muitas estampas que a princípio conflitam entre si mas que logo nos remetem ao conhecido e aconchegante: o patchwork. Florais, xadrez, animal prints e listras se somaram e trouxeram um questionamento sobre o certo e o errado na moda. Dentre as diversas tendências de comportamento que identificamos durante a pandemia do Covid-19, o ato de costurar virou uma sensação nas redes sociais e ganhou muito adeptos, e o patchwork remete diretamente a essa necessidade de reinventar o que já existe.
Foco no top
Desde a década de 30, designers como Elsa Schiaparelli passaram a adicionar ombreiras e mangas as suas criações no intuito de empoderar mulheres e fazê-las se sentirem mais confiantes. Tendência que ganhou força na década de 80 com a entrada das mulheres no mundo dos negócios até então dominado por homens. O cenário social e político atual e a luta das mulheres por igualdade de gênero parece ser cenário perfeito para resgatar essa tendência que remete a poder e força. Outro ponto a considerar também, é a necessidade de peças de vestuário mais elaboradas na parte de cima já que nas reuniões virtuais é tudo o que se pode ver e nos permite todo o conforto na parte de baixo.
Tricô & Crochê
Além dos virais de danças e receitas de comida, as redes sociais nos últimos meses se tornaram uma vitrine de hobbies caseiros, como o ato de tricotar, técnica que aprendemos com as nossas avós e tias. O tricô e o crochê então se tornaram o queridinhos de todos e embalados pela tendência do “Cottagecore” – que já falamos aqui – deram vida ao “Craftcore” onde tudo é feito à mão.
All In White
Sabemos que cada cor passa uma mensagem independente da intenção de quem a usa e não é à toa que muitos designers apostaram fortemente branco nesta temporada. Para contrapor tantas estampas e cores vibrantes, o branco evoca a sensação de pureza, paz, verdade e calma, mensagens tão necessárias por agora.
Tons desérticos
Como uma opção mais calma ao caos das estampas, o bege apareceu em diversos tons e impressionou pela simplicidade e sofisticação.
Lingerie
Como temos passado muito tempo em casa, designers das quatro capitais apostaram em looks onde a lingerie é a peça central. Os tops e sutiãs aparecem em composições formais e casuais. Essa peça íntima, cria uma imagem lúdica e descolada quando combinada com blazers e casacos.
Transparência
Em uma total fuga da falsa normalidade que tantos estilistas querem apresentar nesta temporada, a transparência vem para nos lembrar que é bom sonhar. Seja em forma de vestidos fluídos e volumosos, ou em blusas e tops, essa tendência nos remete aos sonhos, sentimento de leveza e ao lúdico.
Print Total
Assim como o caos de estampas, outra tendência de estamparia que chamou muito a atenção de todos foi a “full print” onde peças e looks são estampados dos pés a cabeça, com motivos grandes e cores vibrantes.
Ombro a ombro
O decote da vez, o ombro a ombro apareceu em diversas coleções e remete bastante aos anos 70. A busca por proporcionar um momento leve e livre, fez com que designers buscassem inspirações em movimentos libertadores e em uma época onde todos pareciam ser “mais felizes”.
Fishnet
Uma das ideias mais interessantes desta temporada, a fishnet (rede de pesca) remete a peças artesanais e improvisadas. Além de trazer certa leveza aos looks, a tendência garante muito estilo e versatilidade.